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symphonic poem
2020
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Todas as manhãs quando acordo tenho uma nova imagem projetada no teto do meu quarto.
Numa altura em que o interior se transformou no novo quotidiano, comecei a observá-lo com uma atenção diferente, dando uma nova importância a estas imagens projetadas todos os dias. Vinham do exterior e traduziam-se num formato que interpretei como um código, uma espécie de linguagem, que adaptei, para ser lida por uma caixa de música e assim transformada em som. Tem sido um trabalho continuo e repetitivo como um movimento circular. À semelhança de um relógio solar, surgem diferentes imagens em diferentes alturas do dia, que marcam a passagem do tempo num período de tempo estagnado. Março 2020
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